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Nossa história
Nossa história

A história da Paróquia Matriz Santo Antônio, de Santo Antônio da Patrulha(RS), começou no longínquo ano de 1755, mais precisamente no dia 19 de setembro, quando casaram-se na Igreja de Viamão,  Inácio José de Mendonça e Silva com 50 anos de idade, mais ou menos e Margarida da Exaltação da Cruz, com 13 anos de idade.  A “Guarda Velha”  ou “Patrulha” como era conhecida antigamente a localidade de Santo Antônio,  pertencia a Paróquia de Viamão, por isso eles casaram lá.

No dia 04 de setembro de 1756, através de uma portaria, o Bispo do Rio de Janeiro  Dom Frei Antônio do Desterro, apela aos moradores da região  para que construam capelas. Sensibilizados com o pedido do Bispo, Inácio e Margarida foram os primeiros a atender  a solicitação e construíram uma pequena capela em  homenagem a Santo Antônio na sua fazenda. Esta primeira capela situava-se onde hoje é a Avenida Borges de Medeiros , exatamente onde está localizada a Pira da Pátria, na cidade alta.

No dia 31 de agosto de 1760, Dom Frei Antônio do Desterro, expediu mais uma portaria, desta vez para criar  o Curato de Santo Antônio da Guarda Velha de Viamão , nesta época os moradores eram  subordinados  à Paróquia de Viamão, para a qual Curia devia dar metade dos rendimentos  arrecadados. Nesta mesma portaria foi nomeado o primeiro Capelão Curado na pessoa do Padre Francisco Coelho de Fraga e também foi-lhe dado o poder de benzer a Capela Curada. Conforme historiadores a capela provavelmente foi inaugurada entre os dias 23 a 31 de dezembro de 1760, uma vez que o primeiro livro Tombo com registros até o ano de 1773 não existe mais.

No ano de 1763 aconteceram alguns fatos importantes para a  comunidade da “Guarda Velha” ; no dia 05 de julho faleceu com 21 anos de idade e louca, Margarida da Exaltação da Cruz, deixando seu marido Inácio e cinco filhos pequenos.  No dia 08 de outubro deste mesmo ano, o Bispo Dom Frei Antônio do Desterro editou outra portaria criando a Paróquia de Santo Antônio da Guarda Velha desvinculando-se assim definitivamente da Paróquia de Viamão.  Nesta mesma portaria foi nomeado o primeiro Pároco de Santo Antônio, que foi o Padre Francisco Coelho de Fraga, que já tinha sido o primeiro Capelão Curado.

No dia 20 de março de 1765, faleceu também Inácio José de Mendonça e Silva, com aproximadamente 60 anos de idade, fundador da primeira capela de Santo Antônio. Deixou órfãos cinco filhos menores, pois sua esposa  Margarida havia falecido um ano e oito meses antes.

Pelos idos de 1773, iniciou-se a construção de uma nova  Igreja,  pois  a capela  já não apresentava mais condições e,  apesar disto ainda foi utilizada por mais alguns anos.

A nova Igreja , a segunda, foi construída ao lado da capela e   ficou em uso até 1845 quando foi demolida , pois não apresentava as mínimas condições para utilização. Neste mesmo ano foi iniciada a construção da atual Igreja Matriz e como não tinham local para a realização de missas, as imagens foram recolhidas instalando-se o templo  provisóriamente em uma casa particular.  Devido as proporções  iniciais demasiadamente grandes para as possibilidades financeiras dos paroquianos, as obras que haviam iniciado em 1845 foram paralisadas em 1849.

Em 18 de junho de 1852 a Irmandade do Santíssimo Sacramento, propôs à Câmara Municipal permuta do terreno da  rua Direita(atual Borges de Medeiros), onde achava-se localizada a Igreja que foi demolida,  por um terreno que a Câmara tinha  adquirido do Dr. Marcos Cristino  Fioravante e localizava-se nesta mesma rua Direita. Em ofício datado de 05 de agosto de 1852, o Sr. Luiz Alves Leite de Oliveira Bello,  Presidente da Província, autorizou a permuta dos terrenos. A partir daí iniciou-se a construção de uma Igreja provisória, pois as missas estavam sendo realizadas em casas particulares. Esta Igreja, a terceira ,  foi inaugurada em 1853, pois o seu tamanho reduzido possibilitou a sua construção com muita rapidez e apesar de ser “provisória”, foi utilizada por 75 anos , ou seja,  até  1928. Esta Igreja situava-se na atual  Av. Borges de Medeiros, mais precisamente   onde hoje é a residência do casal  Antônio Carlos e Corália Ramos Bemfica.

Em 1924, com donativo contemplado no testamento do professor Cândido de Barros e com a ajuda do povo, foram retomadas as obras da Igreja,  paralisadas desde  1849, e que finalmente foi inaugurada no dia 25 de dezembro de 1928. Esta Igreja, o quarto templo, é hoje a nossa atual Matriz de Santo Antônio cuja inauguração contou  com missa celebrada pelo  Arcebispo de Porto Alegre,  Dom João Becker.  Neste mesmo dia foi inaugurado o relógio existente na torre e que foi doado pela firma Rosa, Araújo & Cia. de Porto Alegre.

Em 28 de junho de 1953, foi inaugurada a atual casa paroquial, com a presença de centenas de pessoas.  Um ano antes (1952), por ocasião do Jubileu de Prata de sacerdócio do pároco  Padre Wunibaldo Backes,  as pessoas mais abastadas da cidade, presentearam-no  com uma quantia razoável e que foi aplicada na construção desta casa.

No ano de 2003 a Paróquia Matriz de Santo Antônio, teve a felicidade de comemorar datas muito importantes.  No dia 31 de agosto comemorou-se 243 anos da criação da primeira Capela Curada. No dia 28 de junho comemorou-se o cinquentenário da inauguração da casa paroquial, com a presença de centenas de pessoas que trouxeram bolos, salgadinhos, etc.  No dia 19 de setembro comemorou-se 249 anos do casamento de Inácio e Margarida e,  finalmente no dia 25 de dezembro, um Natal festivo, comemoramos 75 anos de inauguração da nossa Igreja Matriz. Saliente-se que, contando-se o tempo em que iniciaram-se as obras da Igreja(1845) e sua paralisação em 1849, a nossa atual  Igreja Matriz tem na realidade 159 anos desde o início de sua construção.

Quanto a devoção a Santo Antônio  e como ela floreceu  temos muitas incertezas: Por que Inácio José de Mendonça e Silva  e a sua mulher Margarida da Exaltação da Cruz, escolheram Santo Antônio para padroeiro de sua Capela ?  Uma das respostas está relacionada com o pai de Margarida, Manuel de Barros Pereira, que em 1754  pediu licença ao Bispo do Rio de Janeiro para a construção de um oratório em sua fazenda situada às margens da lagoa  e que era denominada “Fazenda Santo Antônio”.  Outra resposta possível é que em 1760, atendendo pedido do Bispo e construindo uma Capela em  sua propriedade , teria  Margarida escolhido Santo Antônio por padroeiro uma vez que ela conviveu com seu pai até os treze anos e tinha um oratório dedicado ao Santo na fazenda .  Ela trouxe da casa paterna a imagem do Santo ? Foi presenteda  pelo pai com a imagem do padroeiro ? Ela mandou fazer uma outra imagem e deixou a do pai  na fazenda dele ? São somente suposições mas nada que nos esclareça.  Existe uma  mais remota ainda e que  tem a ver com a guarda imperial, que ficava no registro da Guarda velha, onde o regimento  estava sediado e Santo Antônio era Padroeiro  dos  soldados do reino de Portugal, teria se originado desta suposição a devoção ao santo ?  Existem  estas dúvidas até hoje.

Na programação anual da Paróquia,  temos as festas do Divino e de Santo Antônio, que estendem-se de maio a junho , a Festa de Santa Teresinha em outubro e a Festa do Nossa Senhora do Rosário, em novembro e que é tradicional evento dos “morenos”.  Nas comunidades do interior também são celebradas as festas dos padroeiros.

O nosso atual pároco é o Padre Ozeias Vieira dos Santo que atende na totalidade 34 comunidades. As celebrações nestas comunidades são realizadas em diversos locais, assim distribuídos: 18 Capelas ou Igrejas, 06 escolas, 07 salões, 02 grutas, asilos, Hospital e em algumas casas.

 A população estimada atualmente do município de Santo Antônio da Patrulha, é de aproximadamente 38.000 habitantes  divididos em três paróquias, a de Santo Antônio, Santa Teresinha e Nossa Senhora da Boa Viagem.  Conforme os dados do Censo 2000 temos em torno de  33.242 católicos no município e na Paróquia de Santo Antônio são 13.250

A igreja Matriz de Santo Antônio, localiza-se na cidade alta, na rua Coronel  José Maciel, nº  241 e o nosso telefone é (51) 662.1812.

Convidamos  todos os devotos de Santo Antônio a uma peregrinação à cidade que tem em seu nome o do padroeiro, Santo Antônio da Patrulha/RS.

O nosso município é um dos quatro mais antigos do estado com  inúmeros pontos turísticos principalmente na cidade alta, onde começou o povoamento e é o  nosso  centro histórico, com  casas centenárias. Neste centro histórico temos a Fonte Imperial, onde em 1826 D. Pedro I, bebeu água, quando de sua passagem em direção a Porto Alegre; a palmeira imperial plantada  pelo Imperador e que hoje está com 178 anos e localiza-se no pátio do Museu Antropológico Caldas Júnior que é a primeira casa construída com cal e pedra na vila. Temos a Travessa 15 de Novembro ou  “Beco da fonte” , uma  rua estreita em que durante dois séculos, os pipeiros ou aguadeiros traziam água da fonte em carroças puxadas por mulas  para abastecer as casas da “vila”. 

 Nas escadarias da  rua Coronel José Maciel,  temos o Oratório de Santo Antônio, onde os fiéis podem rezar e acender velas ao Santo Padroeiro,  fica na mesma rua da Igreja Matriz.

Temos o Parque da Guarda , um parque temático, cuja atração principal é uma estátua de Santo Antônio com 14,50 metros de altura.

A cultura de nosso município  tem influência nos costumes  luso-açorianos, pois os nossos primeiros povoadores vieram dos Açores  e seus descendentes até hoje  cultivam  as tradições das Cavalhadas, Baile de Masquê, Festa do Divino e de Santo Antônio, Ternos de Reis , etc.

Tradicionalmente a  nossa economia é baseada  no cultivo do arroz, que é o produto principal,  fabricação de   rapaduras e aguardente de cana  e hoje já destacamo-nos na industria de calçados e metalúrgica, principalmente implementos agrícolas.                                

Venham nos visitar.

Pesquisas e Foto: Jaime Nestor Müller

 

Fontes: Guarda Velha de Viamão – Pe. Ruben Neiss

             História das Igrejas do RS – Pe. Arlindo Rubert

             Santo Antônio da Patrulha nas memórias do Padre Wunibaldo – Pe. Wunibaldo Backes

             Reminiscências da Minha Terra – José Maciel Júnior